Um fenômeno atmosférico incomum está prestes a ocorrer no Brasil, com a formação de um ciclone extratropical em latitudes mais baixas do que o habitual. A previsão aponta para a ocorrência do evento no próximo final de semana, nas proximidades do sul da Bahia, em uma área geralmente pouco associada à formação desse tipo de sistema.
Esse cenário desperta atenção devido às características atípicas e aos fatores climáticos envolvidos. Ciclones extratropicais costumam se formar em latitudes médias, entre 45° e 70° ao sul, mas no caso previsto, o fenômeno ocorrerá por volta dos 18° de latitude sul, próximo ao Equador.
Para a formação deste sistema, dois elementos fundamentais estão alinhados: a variação de temperatura próxima à superfície e a presença de um cavado, ou perturbação de vento em médios níveis, que intensifica os movimentos ascendentes do ar.
O cavado em questão será especialmente alongado, alcançando latitudes baixas e influenciando a região costeira entre o Espírito Santo e a Bahia. No sábado (23), a passagem de uma frente fria intensificará o gradiente horizontal de temperatura no sul da Bahia, favorecendo a formação do ciclone sobre o oceano.
Além disso, o aumento da velocidade dos ventos em diferentes alturas, chamado de cisalhamento vertical, será um fator determinante para o abaixamento da pressão atmosférica, essencial para o desenvolvimento do sistema.
Apesar da magnitude do evento, impactos diretos no continente devem ser limitados, com rajadas de vento de até 70 km/h e chuvas moderadas previstas para a região.
As condições climáticas decorrentes do ciclone trarão instabilidade no sul da Bahia, norte de Minas Gerais e em Salvador, onde temporais podem acumular cerca de 20 mm de chuva no domingo.
Embora raro, o fenômeno ilustra a complexidade das dinâmicas climáticas em regiões tropicais e reforça a importância de monitorar os padrões meteorológicos que influenciam áreas densamente habitadas.